Análise de casos de dengue e sua relação com a precipitação e temperatura nos municípios cearenses
Turma VII (2023)
Aluno (a): GLAUCIANO DE OLIVEIRA FERREIRA
Orientador (a): Profª. Drª. Rafaella Pessoa Moreira
Nos últimos anos, tem-se observado um aumento exponencial da incidência global da dengue, chegando a registrar anualmente até 400 milhões de novos casos. Esse aumento é atribuído a diversos fatores, sendo a variabilidade climática considerada entre uma das principais influências. Portanto, é imprescindível compreender a relação entre as variáveis climáticas e os casos de dengue, a fim de aprimorar as estratégias de prevenção e controle dessa arbovirose. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar a relação entre casos de dengue e as variáveis climáticas de precipitação e temperatura em municípios do Ceará entre 2008 e 2019. Para tanto, realizou-se uma pesquisa ecológica exploratória utilizando séries temporais. Os dados foram coletados de três fontes distintas: o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos e o banco de dados meteorológicos diários em grade do Brasil. As variáveis dependentes incluíram casos confirmados e o coeficiente de prevalência de dengue, enquanto as variáveis independentes foram o índice de precipitação, a temperatura mínima e a temperatura máxima. Os dados foram analisados de forma descritiva e apresentados em gráficos e mapas. Para entender a magnitude da dengue nos municípios cearenses, calculou-se o coeficiente de prevalência anual. Os resultados do estudo apontaram que a dengue ainda é uma doença prevalente no Estado do Ceará, e que uma precipitação anual moderada (<800 mm) modula espacialmente os casos positivos da arbovirose. De acordo com as análises, áreas com maior pluviosidade e temperaturas entre 25°C e 30°C convergiram com uma menor prevalência da doença. Observou-se também que municípios vizinhos possuem um padrão de ocorrência semelhante. Notou-se ainda que temperaturas muito elevadas, muito acima de 35°C, não favorecem a incidência de dengue. Este estudo traz importantes insights para aprimorar estratégias de prevenção e controle da doença. Compreender a influência das variáveis climáticas permite direcionar medidas preventivas eficientes, especialmente em áreas com precipitação moderada (<800mm/ano) e temperaturas entre 25°C e 30°C. Identificar padrões semelhantes entre municípios vizinhos auxilia na implementação coordenada de ações de controle. Esses achados fortalecem a saúde pública, embasando as decisões de gestores e subsidiando enfermeiros no planejamento, elaboração e aplicação de intervenções para prevenir a ocorrência de dengue.