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EXPERIÊNCIA DE CÁRIE E SEUS FATORES DE RISCO DE ACADÊMICOS RECÉM-INGRESSOS A UMA UNIVERSIDADE DE CUNHO INTERNACIONAL

Data de publicação  20/05/2021, 11:49
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Turma II (2018)

Aluno (a): GABRIELA SILVA CRUZ

Orientador (a): Dra. Ana Caroline Rocha de Melo Leite

Resumo: Considerada como uma das principais patologias orais e um problema de saúde pública mundial, a cárie é uma doença infecto-contagiosa, mediada pelo biofilme dental, na presença de carboidrato fermentável, ambiente adequado e tempo, além da influência de mudanças biológicas, sociais, psicológicas e comportamentais. Adultos jovens e de diferentes nacionalidades e especificamente os universitários, também são acometidos por cárie. A pesquisa objetivou avaliar a experiência de cárie e seus fatores determinantes e modificadores de acadêmicos recém-ingressos a uma universidade de cunho internacional. Trata-se de um estudo transversal, analítico e quantitativo, realizado entre 2017 e 2018, na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), com acadêmicos provenientes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Foi aplicado um questionário, abordando as temáticas: aspectos socioeconômicos e demográficos; autopercepção e hábitos de higiene oral; comportamentos em saúde bucal e dieta cariogênica. Foram quantificados os dentes cariados, perdidos e obturados (Índice CPOD) e o pH salivar. Foi feita a coleta da microbiota oral para isolamento e identificação de Candida spp. e teste de susceptibilidade a antifúngicos. Os dados foram organizados no Excel for Windows e analisados no programa estatístico Epi Info. Foram empregados os Testes Qui-quadrado, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, de acordo com a sua aplicabilidade, admitindo-se um nível de significância de p < 0,05. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNILAB, conforme parecer nº 1.937.092 e CAAE: 59953716.5.0000.5576. Participaram do estudo 133 acadêmicos, com média de idade de 24,1 ± 3 anos, dos quais 57,9% eram guineenses, 63,9% eram do sexo masculino e 45,1% possuíam renda igual ou inferior a um salário mínimo. A média do Índice CPOD foi igual para ambos os sexos (2 dentes). Foi maior entre os acadêmicos são tomenses (6,3 ± 4 dentes), com autopercepção ruim da higiene oral (3,9 ± 2,6 dentes) e que utilizavam escova de dentes e dentifrício (2,1 ± 2,5 dentes). Foi maior entre os que desconheciam o fio dental (2,1 ± 2,3 dentes), que não o utilizavam (2,3 ± 2,5 dentes) e que frequentavam o cirurgião-dentista (3,5 ± 2,8 dentes). Essa média foi superior entre os que tiveram Candida spp. isoladas de sua cavidade oral (2,96 ± 3,1 dentes) e que tiveram pH salivar igual a 7 (2,2 ± 2,4 dentes). As medianas do Índice CPOD aumentaram significativamente entre os que consideraram sua higiene oral como ruim, os que não utilizavam fio dental e os que buscavam atendimento odontológico. Foram isoladas 27 cepas de Candida sp., especialmente Candida albicans. Os testes de sensibilidade aos antifúngicos apontaram Concentração Inibitória Mínima de 0,5 µg/mL a 16 µg/mL, de 0,015625 µg/mL a 0,125 µg/mL e de 0,125 µg/mL a 2 µg/mL para Fluconazol, Itraconazol e Anfotericina B, respectivamente, mostrando que as cepas são sensíveis às drogas, exceto por uma cepa de Candida sp. com sensibilidade dose dependente ao Fluzonazol (32 µg/mL). Conclui-se que a experiência de cárie se interrelacionou com a autopercepção negativa da higiene oral/saúde bucal, os meios inadequados de higienização da cavidade oral e o comportamento apropriado em saúde bucal. Palavra-chave: Saúde bucal (D009909); Estudantes (D01334); Índice CPOD (D004245); Candida (D002175)

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