DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE FUNÇÃO CARDIOVASCULAR PREJUDICADA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DE PAÍSES LUSÓFONOS
Turma I (2017)
Aluno (a): TIBELLE FREITAS MAURICIO
Orientador (a): Profª. Dra. Rafaella Pessoa Moreira
Resumo: Este estudo teve como objetivo geral analisar o diagnóstico de enfermagem Risco de função cardiovascular prejudicada nos estudantes universitários de países lusófonos. Tratou-se de um estudo descritivo, transversal, realizado em uma universidade, no estado do Ceará. A população foi constituída por 2.496 estudantes universitários de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos, nascidos nos seguintes países: Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, que estavam matriculados e frequentando regularmente os cursos contemplados no programa de graduação da referida universidade. A amostra foi estratificada por país, totalizando 334 estudantes. Efetuou-se a coleta de dados por fonte primária por meio de entrevista. No referido instrumento, constavam questões referentes à identificação do paciente; condições de saúde e fatores de risco do diagnóstico de enfermagem em questão. Após a entrevista, realizou-se a coleta dos dados antropométricos e aferição da pressão arterial, bem como, agendou-se a coleta dos exames laboratoriais: glicemia, colesterol total, HDL-c, LDL-c e triglicerídeos. Para inferência do diagnóstico de enfermagem Risco de função cardiovascular prejudicada, selecionou-se dez enfermeiras que preenchiam os critérios estabelecidos para atuarem como diagnosticadoras. Empregou-se o teste Qui-quadrado de Pearson para análise de associação entre as variáveis categóricas de interesse, o diagnóstico de enfermagem Risco de função cardiovascular prejudicada e seus fatores de risco. Quanto ao perfil sociodemográfico, nos estudantes universitários brasileiros prevaleceram: a faixa etária de 18 a 24 anos (78,4%), o gênero feminino (60,5%), a cor parda (71,0%), o estado civil de solteiro (a) (90,5%), a ocupação de estudante (74,8%) e a residência com amigos (46,8%). Semelhante aos brasileiros, nos internacionais também predominou a faixa etária de 18 a 24 anos (72,2%), o estado civil de solteiro (a) (97,9%), a ocupação de estudante (82,0%) e a residência com amigos (86,1%). Entretanto, nesses últimos, prevaleceram o gênero masculino (59,7%) e a cor preta (82,6%). Evidenciou-se que os estudantes universitários de países lusófonos apresentaram o diagnóstico de enfermagem Risco de função cardiovascular prejudicada (86,8%), o qual teve associação com: nacionalidade brasileira (p: 0,000), sexo feminino (p: 0,000), cor da pele amarela, branca ou parda (p: 0,000) e residência com amigos ou sozinho (p: 0,019). Os fatores de risco desse diagnóstico de enfermagem apresentaram as seguintes associações: tabagismo com faixa etária igual ou superior a 25 anos (p: 0,000) e sexo masculino (p: 0,036); estilo de vida sedentário com faixa etária de 18 a 24 anos (p: 0,044), nacionalidade brasileira (p:0,000), sexo feminino (p: 0,000), cor da pele amarela, branca ou parda (p: 0,006) e residência com amigos ou sozinho (p: 0,028); obesidade com ambas as faixas etárias (p: 0,004), nacionalidade brasileira (p: 0,002), cor da pele amarela, branca ou parda (p: 0,006), residência com familiares ou cônjuge (p: 0,017) e ocupação (p: 0,002); hipertensão arterial com ocupação de estudante exclusivo (p: 0,019); dislipidemia com faixa etária de 18 a 24 anos (p: 0,010), nacionalidade brasileira (p: 0,000) e cor da pele amarela, branca ou parda (p: 0,000); agente farmacológico com nacionalidade brasileira (p: 0,000), sexo feminino (p: 0,000), cor da pele amarela, branca ou parda (p: 0,000), estado civil sem companheiro (a) (p: 0,002), residência com amigos ou sozinho (p: 0,000); conhecimento insuficiente dos fatores de risco modificáveis com nacionalidade internacional (p: 0,000) e residência com amigos ou sozinho (p: 0,000); história de doença cardiovascular com faixa etária de 18 a 24 anos (p: 0,002), cor da pele amarela, branca ou parda (p: 0,007) e ocupação de estudante exclusivo (p: 0,001); história familiar de doença cardiovascular com nacionalidade brasileira (p: 0,000), sexo feminino (p: 0,005), cor da pele amarela, branca ou parda (p: 0,000) e residência com amigos ou sozinho (p: 0,017). Constatou-se elevada prevalência do diagnóstico de enfermagem Risco de função cardiovascular prejudicada nos estudantes universitários de países lusófonos. Os principais fatores de risco identificados nos estudantes universitários brasileiros foram: história familiar de doença cardiovascular, estilo de vida sedentário, agente farmacológico e dislipidemia. Nos estudantes universitários internacionais se destacaram: história familiar de doença cardiovascular, conhecimento insuficiente dos fatores de risco modificáveis e estilo de vida sedentário. A associação dos fatores de risco com as condições demográficas propiciou verificar quais estiveram mais presentes em cada grupo. Diante do exposto, percebe-se a necessidade de planejamento de estratégias e implementação de ações de saúde voltadas para redução do risco cardiovascular de acordo com as especificidades desta população. Palavras-chave: Diagnóstico de Enfermagem. Risco. Doenças Cardiovasculares. Estudantes. Países em Desenvolvimento.