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COMUNICAÇÃO ENFERMEIRO E PARTURIENTE NA FASE ATIVA DO TRABALHO DE PARTO: CENÁRIO BRASIL E CABO VERDE

Data de publicação  14/04/2021, 13:05
Postagem Atualizada há 3 anos
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Turma I (2017)

Aluna: GILMARA DE LUCENA BESERRA

Orientador (a): Prof.ª Dra. Paula Marciana Pinheiro de Oliveira

Resumo: RESUMO A satisfação da mulher no ato de parir pode ser influenciada por diversas condições, dentre elas, a relação enfermeiro e parturiente. Esta interação é permeada por atitudes, comportamento, suporte emocional, troca adequada de informações e comunicação, favorecendo assim um contentamento com a assistência recebida ao longo do momento parturitivo. A comunicação é processo que merece atenção, pois pode interferir em todos os outros aspectos mencionados. Deste modo, temse como objetivo geral analisar a comunicação verbal e não verbal entre enfermeiro e parturiente durante a fase ativa do parto no cenário Brasil e Cabo Verde/África. Trata-se de estudo analítico com abordagem quantitativa, desenvolvido em um Centro de Parto Normal localizado no município de Maracanaú-CE (Brasil) e em maternidade referência em atendimento obstétrico localizado na cidade de Praia na região Sudeste da Ilha de Santiago (Cabo Verde). A população foi composta por enfermeiros obstetras e parturientes no Brasil e em Cabo Verde. Concretizou-se a coleta de dados mediante preenchimento dos instrumentos já validados com base nos referenciais teóricos da comunicação verbal e não verbal. Para a coleta de dados, foram convidadas parturientes e enfermeiros aos quais se explicaram os principais objetivos e vantagens de participação no estudo. Após o aceite e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foi preenchido o formulário com dados sociodemográficos das parturientes e iniciado o preenchimento dos instrumentos de coleta de dados (comunicação verbal e comunicação não verbal). Para análise dos dados, estes foram processados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences. Como determinado, o estudo foi submetido à avaliação do Comitê de Ética e Pesquisa, segundo resolução 466/12 e aprovado. Para Cabo Verde, também foram seguidos os preceitos éticos conforme recomendação nacional. No estudo foi identificada a ausência de interações na maioria as variáveis analisadas tanto da comunicação verbal quanto na comunicação não verbal dos enfermeiros e parturientes em ambos os países. Em segundo lugar os dados mais predominantes das variáveis foram identificados com a ausência de comunicação no Brasil (p<0,0001) na maioria das interações analisadas (56,3%) e em Cabo Verde houve maior interação do enfermeiro (56,3%). Sobre a comunicação verbal parturiente/enfermeiro predominou no Brasil a solicitação de informação/orientação das parturientes aos enfermeiros no Brasil (18,6%) e em Cabo Verde (24,4%) com diferença estatística (p<0,0001). Em relação a distância entre enfermeiro e parturiente (p= 0,005) tanto no Brasil (29,7%) quanto em Cabo Verde (31,1%) a distância intima prevaleceu. Tanto no Brasil (16,9%) quanto em Cabo Verde (26,9%) o toque foi a forma de contato (p<0,0001) mais usada pelos enfermeiros ao se comunicarem com as mulheres. O comportamento facial (p<0,0001) dos enfermeiros foi identificado como normal tanto no Brasil (25,9%) quanto em Cabo Verde (45,4%). Nos dois países as parturientes permaneceram deitadas durante toda a comunicação não verbal com o enfermeiro (p<0,0001), Brasil (31,5%) e Cabo Verde (54,6%). Em relação ao contato estabelecido (p<0,0001) as parturientes não usaram contato para estabelecer comunicação não verbal com os enfermeiros do Brasil (25,1%) e Cabo Verde (16,8%). O comportamento facial (p<0,0001) das parturientes na comunicação não verbal com os enfermeiros foi identificado como outros no Brasil (26,1%), diferentemente de Cabo Verde (27,7%) onde o medo foi o comportamento facial que mais prevaleceu nas interações entre parturientes e enfermeiros obstetras.

Palavras-chave: Comunicação. Parto. Enfermagem Obstétrica.

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